segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

No meu pé não louro.

Pra que viver um sentimento flutuante,
Se esses grilhões da realidade
Prendem-te ao solo de modo irritante

Impedindo-te de planar
Planar nesse vento bom
Que te deixaria leve como o ar

Porem esses grilhões inquebráveis e imutáveis,
que fazem você se carregar
Em uma inércia do dia a dia
Sem um tesão que faça teu humor mudar,
Que fosse para um lado ruim ou bom,

Vida que segue,
"aproveite seu dia",
seja mais produtivo, criativo, inove, crie um tom.

Coisas que a gente inventa pra que não afundemos de vez.
Porque o que sobra mesmo é uma casca vazia,
uma mente robótica,
doutrinada a cumprir obrigações e rotinas.

Saudade das explosões e das incertezas,
do romantismo, da visão lúdica,
coisa que não volta,
aproveitem jovens...
pois um dia a vida um dia te acorrenta,
e essa corrente nao arrebenta,
E a morte chega, em vida.



Siri cascudo

Então estou aqui
cansado calado, sem ter pra onde ir.
A repressão do dia a dia me impede de rir.
Rir como antes,
como uma criança sorri, sorrir por sorrir,
Sem o menor motivo, sem a menor pretensão,
Mostrar as canjicas, tenho saudade disso,
Hoje em dia é dificil,
o sorriso cada vez mais raro
O estresse tomando conta,
a desilusão avançando, mas eu não paro
É a vida, cada vez mais me cansando.
A mesmice diária, trabalho, casa, vida massante.
É estudo, especialização, enfim, saturação
Saturado, sim, saturado, essa é a palavra,
Isso consome a mente,
consome a alma,
consome a vida que você tinha
O estágio de zumbi é iminente,
ele vai chegando, você nem sente
E então você começa a esperar,
Esperar que um dia uma surpresa chegue,
Algo que te torne jovem novamente
Algo que acorde aquele fogo, quase apagado
Mas que ainda está latente,
Dentro de você,
Ainda existe dentro?
Ou você é só mais uma casca vazia?